Postado por: José De Mauro.
Este texto é sobre bebidas alcoólicas. Lembramos que o seu consumo por menores de idade, menos de 18 anos, é proibido por lei assim como por motoristas de qualquer idade. Além disso é sempre bom lembrar que devemos beber com moderação.
A região de Beaujolais, próxima geograficamente da Borgonha, não guarda com esta qualquer semelhança. Terreno diferente, uvas diferentes, não fazem vinhos semelhantes, historicamente o Beaujolais e a Borgonha não trilharam caminhos iguais. Não me recordo de nenhum episódio onde esses vizinhos tenham partilhado de uma aliança – o Beaujolais sempre manteve-se separado da Borgonha.
O Beaujolais não é um grande vinho – feito com as uvas permitidas na região, Petit Gamay e Gamay Noir à Jus Blanc dividido em 3 categorias:
Os Crus de Beaujolais, produzidos nas 9 principais comunas tem bons vinhos, Nota 3, as vezes 4 em 5 possíveis feitos do modo tradicional, podem ser consumidos em até 3 anos.
O Supérieur ou Villages produzido em 38 comunas da região, um Nota 2 ou 3 que pessoalmente considero de pouco corpo, feito também pelo método tradicional, deve ser consumido em até 1 ano.
E o Beaujolais Primeur ou Noveau que se utiliza da maceração carbônica, onde as uvas sem serem esmagadas fermentam e tem a casca estourada pela própia fermentação – o vinho se apresenta pronto em curto espaço de tempo – 2 meses e deve ser bebido também rapidamente – no máximo em 3 meses. Um vinho Nota 2 ou 3 em 5 possíveis.
Pela lei francesa esse vinho pode ser comercializado ao público a partir da terceira quinta-feira do mês de Novembro e para que ocorra os produtores embarcam seus vinhos por via aérea numa verdadeira operação de guerra. Os vinhos devem estar disponíveis ao público na data. Além da França e do Japão, principais mercados do Beaujolais o marketing dos produtores tenta espalhar pelo mundo a fama de seu vinho obtendo ai maior ou menor sucesso. No Brasil seu consumo vem decaindo desde o final dos anos 1990, o alto preço e o maior conhecimento dos bebedores sobre o assunto parecem ser os motivos.
Acho o Noveau um vinho jovial, gostoso geladinho para aperitivo mas com preço por volta de R$ 100,00 a garrafa não tenho certeza de que vale a pena, vinhos melhores estão disponíveis por bem menos – mas sempre acabo por provar pelo menos uma garrafa, um hábito acho, é o primeiro brinde do final de ano!
As fotos publicadas são de divulgação do vinho.